A mediação, como forma de resolução de conflitos empresariais, tem crescido bastante no país.

Segundo pesquisa elaborada pelas advogadas Vera Barros e Daniela Gabbay, intitulada “Mediação em Números”, o uso da mediação para resolução de conflitos quintuplicou nos últimos 10 anos, conforme informou o Valor Econômico.

O estudo, que analisou casos das sete principais câmaras de arbitragem e mediação do país entre 2012 e o primeiro semestre de 2022, apontou um crescimento vertiginoso da área. Pelos dados revelados, o volume envolvido nos casos tratados por meio de mediação não chegava a R$ 240 milhões em 2012. Contudo, no ano de 2020, a soma dos valores passou a marca de R$ 1 bilhão.

A pesquisa ainda revelou que a maior parte das discussões nas câmaras eram relativas a questões societárias relacionadas ao setor de construção civil e contratos empresariais.

Ainda, foram analisados casos emblemáticos de mediação, como o conflito entre Emilio Odebrecht, líder da antiga Odebrecht – hoje chamada Novonor – e o seu filho Marcelo Odebrecht. No total, o procedimento teve duração de seis meses, e foi finalizado com o consenso “por meio de concessões recíprocas”, encerrando todos os conflitos entre o ex-executivo e a companhia.

Por fim, a pesquisa ainda aponta que a mediação vem sendo adotada tanto como etapa pré-processual, como também em ações judiciais que já foram propostas e estão tramitando no Judiciário. Segundo Daniela, a utilização da mediação após o ajuizamento da ação pode fazer com que a parte avalie “melhor o seu risco, a chance de êxito, a qualidade das provas, suas e do outro lado”, mitigando eventuais riscos e sentenças contrárias.